Capixabas são presos com cocaína ao desembarcar no aeroporto do Catar

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A polícia encontrou a droga na mala de três brasileiros, sendo dois capixabas. Eles podem ser condenados à morte, já que o país não tolera o tráfico.

Dois capixabas podem ser condenados à morte por tráfico de drogas no Catar. Eles foram presos junto com outro brasileiro, levando drogas para o país. A polícia encontrou cocaína nas malas, quando desceram no aeroporto de Doha.

Os pacotes de cocaína, com pouco mais de 3kg em cada um, estavam escondidos em malas, que tinham um fundo falso. As malas estavam com três jovens, que seguiam de Guarulhos, em São Paulo, para Bangkok, na Tailândia.

O avião fez uma escala no Catar e, no aeroporto, a polícia abordou o trio, recolhendo as drogas. A prisão aconteceu no dia 2 de janeiro e os brasileiros não voltaram mais para casa.

A Polícia Federal no Espírito Santo abriu um inquérito para investigar se há outros brasileiros envolvidos no crime.

Os três detidos vão responder pelo crime de acordo com a lei do Catar, que é mais rigorosa que a brasileira em relação ao tráfico de drogas.

“Eles podem pegar a pena de morte, se não for pena de morte a prisão perpétua, que é pena para tráfico de drogas. Normalmente, existe muita pressão internacional no campo dos direitos humanos para evitar a pena de morte e transformar, quando for o caso, a pena de morte em prisão perpétua”, explicou a advogada Stella Emery.

Uma das pessoas presas tem 26 anos e é de Pato Branco, no Paraná. A família dela disse que não vai comentar o caso.

Já os outros dois detidos são do Espírito Santo. Uma jovem de 25 anos e um outro jovem de 26. A mãe do rapaz, que não quis ser identificada, disse que depois que foi preso ele nunca entrou em contato com ela, apenas com uma irmã.

“A gente chora, a gente ora, a gente bota o joelho no chão e pede. Eu peço muito ao senhor proteção para ele, mas o que a gente quer mesmo é o filho perto da gente, porque eu vou saber que ele está vivo, porque até então eu não tenho certeza, eu não tenho uma foto dele uma voz dele, conversando comigo. Tenho muito medo de eu nunca mais ver ele”, falou a mãe.

A advogada Stella Emery disse que o governo brasileiro não tem obrigação nenhuma de pagar um advogado para defender os acusados.

“Então o que o governo brasileiro, através do ministério de relações exteriores, ele pode fazer. Informar a família o passo a passo do que está acontecendo. Não tem nenhuma obrigação legal, porque a relação é privada. Foram eles que resolveram sair do país com drogas. Então, não é uma relação que o governo brasileiro tenha algum tipo de tutela, algum tipo de cuidado”, completou.

O Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o caso mas devido ao direito à privacidade dos envolvidos não pode fornecer mais informações.

O delegado da Polícia Federal está aguardando que a polícia do Catar envie mais informações sobre a investigação e os interrogatórios dos brasileiros.

Segundo ele, geralmente, por trás das pessoas presas no aeroporto com cocaína, estão quadrilhas organizadas que fazem o tráfico internacional.

“As pessoas que são cooptadas, que são arregimentadas pela quadrilha, normalmente, são levadas a acreditar que vão ganhar um dinheiro fácil, e os riscos são muitos. Ninguém apresenta os riscos. Mas todos os dias pessoas são presas, algumas morrem nessa tentativa de fazer o tráfico internacional outras acabam se tornando uma espécie de refém da quadrilha por estarem devendo ou então por qualquer outro motivo e passam a ter que agir de acordo com o comando das quadrilhas.”